O Dinheiro na Vida Cristã: Dízimo, Ofertas e Justiça

Juliano de Henrique Mello By Juliano de Henrique Mello 20 de março de 2025

Introdução

O dinheiro é um instrumento neutro, mas sua utilização pode servir ao bem ou ao mal. A Igreja ensina que os bens materiais devem ser administrados com sabedoria e desapego, de modo a glorificar a Deus e beneficiar a comunidade cristã.

Neste artigo, refletiremos sobre o papel do dízimo e das ofertas na vida da Igreja, sua base bíblica, o ensinamento do Magistério e a justiça dessa prática.

A Base Bíblica do Dízimo e das Ofertas

Desde o Antigo Testamento, Deus ordenou que o povo de Israel trouxesse ao Templo suas ofertas como sinal de gratidão e dependência da Providência divina:

“Trazei o dízimo integral ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, e vereis se não vos abro as comportas do céu e não derramo sobre vós bênção sem medida.” (Malaquias 3,10)

No Novo Testamento, Jesus não aboliu essa prática, mas a elevou a um ato de generosidade espontânea, feito com coração sincero:

“Cada um dê segundo o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento, porque Deus ama a quem dá com alegria.” (2 Coríntios 9,7)

A prática do dízimo e das ofertas, portanto, não é uma mera exigência financeira, mas um meio pelo qual os fiéis expressam sua fé e seu compromisso com a Igreja.

A Justiça do Dízimo e das Ofertas

O dízimo não é apenas uma doação generosa, mas um ato de justiça. Tudo o que temos pertence a Deus, e retribuir a Ele parte dos bens materiais é um reconhecimento de Sua soberania sobre nossas vidas. O Magistério tradicional da Igreja, por exemplo através do Concílio de Trento, ensina:

“Os fiéis devem contribuir segundo suas possibilidades para as necessidades da Igreja, pois, assim como Deus instituiu sacerdotes, também dispôs que estes vivam do altar.”

O apoio material à Igreja não é um favor, mas um dever que garante o sustento dos ministros sagrados e o funcionamento das atividades religiosas.

A Necessidade da Contribuição na Vida da Igreja

As contribuições financeiras dos fiéis são fundamentais para manter a estrutura da Igreja e suas atividades. Entre as principais necessidades estão:

  1. Sustento dos ministros – Os sacerdotes e missionários que se dedicam à evangelização e administração dos sacramentos.
  2. Sustento do apostolado – A expansão da pregação e catequese, alcançando mais fiéis.
  3. Sustento do culto divino – Aquisição de objetos litúrgicos, aluguel de espaços e manutenção da Igreja.
  4. Fazer caridade – Assistência aos necessitados, como distribuição de cestas básicas e acolhimento dos pobres.

Sem a colaboração dos fiéis, muitas dessas atividades seriam comprometidas, prejudicando a evangelização e a santificação das almas.

As Bênçãos da Generosidade

A contribuição à Igreja não empobrece, mas santifica e abre caminho para bênçãos espirituais e materiais. Deus promete recompensar aqueles que dão com generosidade:

“Honra ao Senhor com teus bens e com as primícias de todas as tuas colheitas; assim se encherão de fartura os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.” (Provérbios 3,9-10)

Os santos sempre enfatizaram que a generosidade abre as portas da Providência Divina, como, por exemplo, São Leão Magno, em seus sermões:

“A caridade cristã não empobrece ninguém; antes, torna mais rica a alma, pois Deus recompensa generosamente aqueles que O servem com seus bens.”

Conclusão

O dízimo e as ofertas são expressões concretas de fé, justiça e gratidão a Deus. Contribuir para a Igreja não é uma perda, mas um investimento no céu, pois como disse Nosso Senhor:

“Ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça, nem a ferrugem os consome, e onde os ladrões não os arrombam nem roubam.” (Mateus 6,20)

Que possamos compreender e viver essa realidade, confiando na Providência e colaborando para o crescimento da Igreja e a salvação das almas.

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