O dia em que Francisco utilizou o “Gigante de Atacama” nos Paramentos

Introdução

A visita de Francisco ao Chile em 2018 gerou grande repercussão entre os católicos. Durante a celebração da Missa em Iquique, ele utilizou paramentos litúrgicos que apresentavam o geoglifo “Gigante de Atacama”, um símbolo cultural associado a práticas religiosas pré-colombianas. 

Esse gesto trouxe à tona debates intensos sobre inculturação, sincretismo e a pureza da fé na liturgia.

O Lado Favorável: Inculturação e Diálogo Cultural

Aproximação com a Cultura Local: Os defensores do ato de Francisco sustentam que a Igreja, ao longo de sua história, buscou dialogar com culturas locais, adaptando elementos que pudessem facilitar a evangelização. A partir daí, argumentam que o uso do geoglifo é uma maneira de mostrar respeito pelas tradições indígenas do Chile.

Mensagem de Inclusão: Segundo os mesmos defensores, Francisco, conhecido por sua ênfase no diálogo, desejou transmitir uma mensagem de acolhida, reafirmando que a Igreja valoriza as diversas culturas humanas, incluindo as tradições dos povos originários.

O Lado Contrário: Sincretismo e Contaminação Litúrgica

Falta de Cristianização do Símbolo:  Historicamente, a Igreja incorporou elementos culturais pagãos, mas os reinterpretou e cristianizou, dando-lhes significado santo e católico. Por exemplo, o Panteão Romano foi convertido numa igreja dedicada à Sempre Virgem Maria, festividades pagãs foram transformadas em celebrações cristãs (como o Natal) etc.

Contrariamente, no caso do “Gigante de Atacama”, o símbolo foi simplesmente acolhido, sem qualquer esforço de cristianizá-lo, mantendo-o associado a práticas pagãs. Isso diferencia o gesto de Francisco do proceder da Igreja, cujos atos de inculturação enriqueceram a fé católica sem diluí-la.

Contaminação Litúrgica: A liturgia é o ápice da adoração, devendo refletir exclusivamente a centralidade de Cristo. A inclusão de símbolos pagãos não-cristianizados gera confusão, bem como indica que práticas alheias à fé são igualmente válidas, o que fere a integridade do culto.

Sincretismo Inaceitável: Em vez de evangelizar a cultura local, convertendo-a, o gesto de Francisco apenas promoveu o sincretismo, enaltecendo o paganismo, uma vez que não o submeteu à luz de Cristo. 

Tal atitude contamina a prática da fé, pois coloca no mesmo nível a verdade católica e crenças contrárias.

Conclusão

A verdadeira inculturação é um elemento importante da evangelização, sempre subordinando-se à missão de proclamar a Verdade de Cristo. 

A história da Igreja oferece inúmeros exemplos de cristianização de símbolos pagãos, mas o caso do “Gigante de Atacama” não seguiu essa lógica. O uso do geoglifo nos paramentos de Francisco foi um gesto simbólico que, longe de fortalecer a fé, faz com que ela seja diluída, promovendo o sincretismo em vez da conversão.

Esse tipo de prática desvia-se do que a Igreja sempre ensinou e representa uma contaminação inaceitável da fé católica.

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