Transcrição parcial da aula dada pelo Professor Carlos Bezerra, no vídeo “Dom Lefebvre: um Bispo vestido de branco”, no YouTube.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Queridos amigos, hoje quero fazer algumas breves considerações, atendendo também ao pedido de alguns alunos. Quero abordar nossa situação diante da crise que vivemos e compartilhar um pouco da minha experiência de conversão, na esperança de oferecer exemplos úteis para vocês.
Parafraseando Gustavo Corção em A Descoberta do Outro, quando descobrimos a crise da Igreja, experimentamos a sensação de revelar algo que estava escondido. No caso, a verdadeira Igreja Católica, oculta desde o Concílio Vaticano II. Aqueles que já têm conhecimento da crise sabem que o que se apresenta hoje não é propriamente a Igreja Católica, mas algo que usurpa seus tesouros e veste sua aparência, sem ser a Igreja de Cristo.
Esse é o ponto fundamental de nossa angústia: constatar a existência de uma impostora oposta à Igreja verdadeira.
Compreendemos que isso se deu como um golpe de Estado, usando o Concílio como ferramenta. As pessoas envolvidas foram traidoras de Cristo e agiram a serviço de seus inimigos, especificamente o judaísmo e a maçonaria, que, após o protestantismo, estabeleceram-se como centro de operações para descristianizar o mundo. Esse processo culminou no Vaticano II, criando uma crise de proporções satânicas, algo que nenhum grupo humano seria capaz de realizar sem auxílio demoníaco.
Ao tomar consciência dessa trama, experimentamos perplexidade, como bem descreveu Dom Lefebvre em Carta aos Católicos Perplexos. A magnitude da ação satânica por trás dessa crise nos deixa estarrecidos. No entanto, diante desse cenário, a escolha para o bom cristão torna-se clara: ou ficamos com a verdadeira Igreja ou com a falsa. Não há espaço para uma “hermenêutica de continuidade”; trata-se de uma decisão entre a doutrina de Cristo e uma doutrina corrompida por teólogos judaizados e anticristãos.
Para aqueles que descobrem a verdade, é natural sentir alegria ao perceber que a Igreja Católica ainda existe, mesmo diante de tantas imposturas. Contudo, também há profunda tristeza ao refletir sobre o que homens da hierarquia, incluindo papas, foram capazes de fazer com a Esposa de Cristo. Essa escolha inevitável, entre o verdadeiro e o falso, inicia um processo de conversão genuína.
Com alegria, tentamos compartilhar esse tesouro com nossos familiares e amigos. Contudo, enfrentamos a dificuldade de transmitir algo que para nós faz tanto sentido, mas que eles ainda não descobriram. Muitas vezes, isso nos leva ao “zelo amargo”, um sentimento perigoso que pode nos fazer perder a caridade. Precisamos abordar essas pessoas com paciência e benevolência, compreendendo que muitos ainda não reconhecem a crise.
Sobre o apego à Igreja Conciliar, isso se deve ao fato de ela ser mais fácil de seguir, ao passo que a doutrina católica exige esforço e combate ao pecado. A Igreja Conciliar exalta as belezas do mundo, ignorando o pecado original e a brevidade da vida. Sua proposta de unidade e felicidade terrena é atrativa, mas desvinculada da necessidade de salvação e da realidade do inferno.
Mesmo dentro do movimento tradicionalista, há erros, como o apego excessivo aos aspectos sensíveis da Missa Tridentina, em detrimento de sua substância doutrinária. Por isso, é importante refletir: o que é mais importante, a Missa ou a doutrina? Uma Missa bela, mas sem doutrina, perde seu valor.
Concluo com a necessidade de caridade e paciência. Que saibamos instruir com simplicidade aqueles que saem do Modernismo, mas ainda carregam seus apegos, e esperar com confiança o tempo de Deus para a conversão de cada um.