A Eleição do Papa Leão XIV: Continuidade da Revolução ou Restabelecimento da Tradição?

Introdução
Com a eleição do novo Papa, agora nomeado Leão XIV, muitos católicos se perguntam: o que esperar desse pontificado?
Neste artigo, ofereço uma interpretação simples, direta e fundamentada sobre o que representa essa escolha, tanto do ponto de vista simbólico quanto doutrinário.
O nome escolhido: Leão XIV
A escolha do nome “Leão” remete imediatamente a Leão XIII, um papa doutrinariamente ortodoxo, que condenou com firmeza a maçonaria na encíclica Humanum Genus e impulsionou a doutrina social da Igreja em Rerum Novarum.
Leão XIII é lembrado como um papa que tentou manter a integridade da fé em um contexto político desafiador. No entanto, sua habilidade política era limitada. Ele acreditou, por exemplo, que o diálogo com os inimigos da Igreja poderia suavizar os conflitos, como no episódio conhecido como Ralliement, em que pediu aos católicos franceses que aceitassem a república e colaborassem com ela.
Tal gesto, embora bem-intencionado, acabou enfraquecendo a resistência católica no país.
Portanto, a escolha do nome Leão XIV pode ser enganosa. Em vez de uma continuidade com Leão XIII, pode significar uma inversão simbólica: um novo “Leão” que atua em sentido oposto ao do anterior, favorecendo os mesmos elementos que Leão XIII condenou, como a maçonaria e o liberalismo.
O perfil do eleito
Robert Francis Prevost é americano, mas também tem cidadania peruana. Atuou como missionário e bispo na América Latina, e foi criado cardeal em 2023 por Francisco. Além disso, assumiu a chefia de um dos dicastérios mais importantes da Cúria Romana sob o mesmo pontificado.
Ou seja, ele não é um nome neutro: foi escolhido e promovido por Francisco, o que indica alinhamento com a teologia e a prática pastoral do pontífice anterior.
Seu perfil é diplomático e articulado. Ele tem experiência internacional e boa relação com diversos episcopados, o que o torna um nome de continuidade e estabilidade para os cardeais que queriam evitar rupturas. Mas para os fiéis ligados à Tradição da Igreja, esse perfil representa a perpetuação dos problemas que já vinham ocorrendo.
O discurso: mais do mesmo
No discurso de apresentação, Leão XIV usou o mesmo linguajar consagrado por Francisco: “igreja sinodal”, “diálogo”, “encontro”, “pontes”. Nada foi dito sobre a necessidade de restaurar a Tradição, corrigir abusos litúrgicos, condenar heresias ou reafirmar os dogmas com clareza.
Tudo indica, portanto, uma continuidade da revolução modernista. É possível que ele tenha um estilo mais refinado ou discreto que Francisco, mas não se vislumbra até agora uma mudança de rumo.
O contexto político e geopolítico
A nomeação de um papa americano não pode ser ignorada do ponto de vista geopolítico. Nos últimos dias, vimos uma imagem curiosa: Donald Trump postou uma foto vestido de papa, sem legenda. Pouco depois, o perfil oficial da Casa Branca replicou a mesma imagem.
Hoje entendemos que aquilo fazia parte de uma sinalização simbólica. Há uma ligação histórica entre o governo americano, o projeto sionista e a tentativa de estabelecimento de uma religião única mundial sob o controle das elites globalistas.
A eleição de Leão XIV pode ser compreendida como parte desse movimento.
A continuidade da paixão da Igreja
Se tudo seguir como os sinais indicam, não haverá restauração, mas sim aprofundamento da crise: mais relativismo, mais sinodalidade, mais confusão doutrinária, mais perseguição à Tradição. A Igreja continuará vivendo sua Paixão, caminhando pelo Calvário, até que Deus intervenha de maneira direta, como já aconteceu em outras épocas.
Claro, é sempre possível uma intervenção divina extraordinária. O próprio Papa Pio IX, inicialmente liberal, foi transformado pela graça de Deus e se tornou um gigante da ortodoxia. Mas essa possibilidade não é algo que se presume. A regra é esperar o curso normal das coisas, e ele aponta para continuidade com o pontificado anterior.
Conclusão: permanece a missão da Tradição
Diante disso tudo, nosso caminho permanece o mesmo. Continuamos católicos, apostólicos, romanos, e ligados à Tradição da Igreja. Continuamos buscando aquela religião que sempre foi crida, ensinada e vivida. Rezamos o Rosário todos os dias (pelo menos a terça parte), comungamos, confessamos e mantemos nossa fé inabalada.
Que Deus tenha misericórdia de nós e de sua Igreja.
Salve Maria!