“Tomai vossos postos!” – O grito de guerra de Cristo aos sacerdotes

O texto abaixo é a transcrição de sermão proferido pelo Rev. Pe. Wander de Jesus Maia, na Associação Cultural Cor Mariae Dulcissimum (em São Paulo/SP), em 27/04/2025, Domingo in Albis.
Em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado!
Queridos filhos, caríssimos fiéis,
Chegamos ao termo da Oitava da Páscoa, nesta Domenica in Albis, voltando totalmente nossa atenção ao mistério do Filho de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, o Verbo Eterno, feito homem nas puríssimas entranhas da Virgem Santíssima, por obra do Espírito Santo.
Ele, triunfando sobre o demônio, o pecado e o mundo (Hb 2,14), ressuscitou ao terceiro dia (1Cor 15,4) e estabeleceu o seu reinado através da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Uma nota importante a considerar é a potestade que Nosso Senhor transmite aos Apóstolos, fundamentada no primado de Pedro. Naquela ocasião, estavam presentes dez apóstolos, pois Tomé estava ausente e São Matias ainda não havia sido eleito. Nosso Senhor comunicou uma potestade que é inegociável e intransferível, de pertença exclusiva à Igreja, através da hierarquia que Ele instituiu, revestida da tria munera: ensinar, santificar e governar.
Essa autoridade foi estabelecida para que a Igreja, conduzida pelo Espírito Santo (Jo 14,26), ensine a verdade eterna, santifique através dos sacramentos e conduza as almas à submissão à vontade divina. Assim se cumpre o desígnio de Deus:
“Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6,10).
Como abdicar dessa potestade sem ofender a Deus? Como ignorar a determinação de Nosso Senhor sem criar uma ruptura e incorrer em apostasia (2Ts 2,3)? Não podemos. É inadmissível que o poder dado à Igreja seja transferido, omitido ou corrompido.
Apesar da dolorosa situação atual, com o surgimento de uma falsa religião que usurpa, mistura e sincretiza (2Cor 6,14-15), a verdadeira Igreja permanecerá fiel nas almas que perseverarem. “Eu vos dou o poder de perdoar os pecados” (Jo 20,23). Esse poder é o que vence o demônio e o inferno.
Deus confiou aos sacerdotes um tesouro imensurável. Esta potestade não pode ser vacilante nem omissa. Foi estabelecida por Deus, e deve ser cumprida com firmeza, sem retirar um único iota (Mt 5,18).
O estado atual do mundo e da Igreja é doloroso. No entanto, o triunfo de Nosso Senhor nos consola e ordena: avancemos na guerra contra a mentira (Jo 8,44), contra a heresia, contra a dissimulação da fé e da liturgia, contra a falsa obediência. Avancemos na fidelidade ao Evangelho (Mc 16,15), ao decálogo sagrado (Ex 20), ao reinado social de Cristo.
Sacerdotes, tomem seus postos! Nos altares, nos confessionários, no ensino da doutrina católica. Não se acovardem (1Cor 16,13). A Igreja foi fundada sobre doze colunas, onze das quais foram martirizadas, dando testemunho da verdade.
Rejeitamos o mundo, “o chiqueiro de Satanás” (cf. 1Jo 5,19). Rejeitamos a amizade do mundo, que é inimizade contra Deus (Tg 4,4). Queremos apenas a doutrina católica, os sacramentos católicos, o credo católico, a moral católica. Queremos o reinado social de Nosso Senhor Jesus Cristo e o primado de Pedro exercido fielmente (Mt 16,18-19).
Sobre o Papa Francisco, devemos rezar por sua alma. Não sabemos seu juízo eterno. É um ato de caridade rezar por ele (2Mac 12,45). Dada sua obra de infidelidade, esperemos na misericórdia divina.
Não anuímos à idolatria e endeusamento que o mundo promove. Nosso Senhor advertiu: “o mundo vos odiará” (Jo 15,18-19). A amizade do mundo é sinal de infidelidade.
Independentemente do que ocorrer no conclave de maio, importa que permaneçamos católicos, apostólicos, romanos. Se formos castigados, merecemos (Lm 3,39-40). Se houvéssemos nos convertido, os confessionários estariam lotados, e não vazios.
Que Deus nos conserve na tradição, para que a tradição conserve a Igreja até a Restauração.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado!