Mar Mari Emmanuel: A Necessidade do Discernimento

Introdução
Nos últimos tempos, Mar Mari Emmanuel tem ganhado destaque em várias redes sociais, especialmente entre aqueles que buscam uma voz firme contra os erros morais e culturais do mundo moderno.
Contudo, é essencial compreender com clareza quem ele é, ,qual é a sua situação religiosa e quais são os riscos de acompanhá-lo.
Quem é Mar Mari Emmanuel?
Mar Mari Emmanuel é um homem nascido no Iraque, radicado na Austrália e ordenado bispo na Antiga Igreja do Oriente, uma dissidência da Igreja Assíria do Oriente. Em 2015, foi excomungado de sua própria comunidade e fundou a Christ the Good Shepherd Church (Igreja do Cristo Bom Pastor), uma igreja independente, sem vínculo com qualquer hierarquia reconhecida pela Igreja Católica.
A Questão da Comunhão Católica
A Antiga Igreja do Oriente, à qual Mar Mari Emmanuel inicialmente pertencia, não está em comunhão com a Igreja Católica. Trata-se de uma dissidência da Igreja Assíria do Oriente, a qual, por sua vez, rompeu com Roma no século V, no contexto das controvérsias cristológicas ligadas ao nestorianismo.
Embora a Igreja Assíria do Oriente tenha mantido sucessão apostólica e uma liturgia venerável, ela também não está em comunhão com o Papa.
Já a Antiga Igreja do Oriente, surgida de um cisma ainda mais recente (1968), está ainda mais distante da unidade católica, e sua situação canônica é ainda mais obscura. Sua validade sacramental é incerta, dependendo caso a caso da manutenção da sucessão apostólica lícita.
A igreja fundada por Mar Mari Emmanuel, a Igreja do Cristo Bom Pastor, é completamente independente, sem qualquer reconhecimento pela Igreja Católica ou mesmo por outras igrejas orientais históricas. Ela é, portanto, uma comunidade autônoma, sem garantia de validade sacramental e absolutamente fora da comunhão católica.
Os Problemas Doutrinários
Sobre a Eucaristia. Mar Mari Emmanuel celebra a liturgia segundo o rito assírio, ligado à antiga Liturgia de Addai e Mari.
Embora esse rito seja venerável em si, hoje há sérias dúvidas sobre a validade dos sacramentos que ministra, pela dúvida quanto à ruptura da sucessão apostólica reconhecida. Além disso, sua pregação sobre a Eucaristia tende a um entendimento mais próximo de uma “ceia comemorativa”, afastando-se da doutrina católica da transubstanciação e do sacrifício propiciatório.
Sobre a Igreja. Mar Mari Emmanuel prega uma visão de Igreja que se aproxima do protestantismo: rejeita a necessidade da hierarquia visível instituída por Cristo e promove a ideia de que fiéis sinceros podem viver a fé sem subordinação a uma estrutura eclesial legítima.
Isso contradiz a doutrina católica, segundo a qual a Igreja é visível, hierárquica e indefectível.
Sobre o Primado de Pedro. Mar Mari Emmanuel nega a autoridade do Papa como sucessor de São Pedro e Vigário de Cristo na Terra, sendo que, para a fé católica, a submissão à Cátedra de Pedro é um elemento essencial da verdadeira pertença à Igreja.
O Perigo do Seguimento
Embora Mar Mari Emmanuel fale com coragem contra muitos erros contemporâneos, sua falta de comunhão com a Igreja verdadeira, sua situação de isolamento e suas doutrinas equivocadas tornam perigoso segui-lo.
Não basta combater o mal moral: é preciso viver na verdade completa da fé, nos sacramentos válidos e na unidade da Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
A história da Igreja ensina que mesmo hereges e cismáticos podem falar verdades parciais, mas, fora da Igreja, essas verdades acabam sendo misturadas com erros que desviam a alma do caminho da salvação.
Conclusão
Devemos perseverar na fé deve buscar a verdade completa, unidos à Igreja de Cristo, visível, hierárquica e fundada sobre a rocha de Pedro, sob a autoridade do Papa, com sacramentos válidos e doutrina pura.
É preciso discernir que “nem tudo o que reluz é ouro”: nem toda eloquência, nem toda valentia contra os erros do mundo garantem que a voz seja realmente de Cristo, pois esta fala pela sua Igreja, visível e hierárquica.
Que Mar Mari Emmanuel encontre a plena unidade da fé e que nós permaneçamos firmes na verdade, na caridade e na prudência.