São José, Guardião do Verbo Encarnado e Patrono da Igreja

Juliano de Henrique Mello By Juliano de Henrique Mello 20 de março de 2025

O texto abaixo é a transcrição do sermão proferido pelo Rev. Pe. Wander de Jesus Maia, na Associação Cultural Cor Mariae Dulcissimum, em São Paulo/SP, na Solenidade de São José, Esposo da Santíssima Virgem, de 2025.

 


 

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado.

Meus filhos, hoje celebramos a solenidade de São José, o Sagrado Patriarca. Na Ladainha de São José, contemplamos um verdadeiro compêndio de verdades reveladas por Deus sobre ele. Os títulos que lhe são atribuídos não são meros adjetivos temporais, mas expressam realidades divinas. Em latim, todos os títulos próprios são apresentados no superlativo, evidenciando sua singularidade entre os escolhidos de Deus.

A única exceção a essa regra é a Santíssima Virgem Maria, que é elevada acima de todos sem igual. O próprio Arcanjo São Gabriel reconheceu que São José foi cumulado de uma justiça sobrenatural, não proveniente da carne nem da operação humana, mas diretamente de Deus. Foi eleito para ser o pater et custos, o justo e santo guardião do Verbo feito homem.

E o que significa isso? Ter sob seus cuidados o próprio Deus encarnado! Ser tratado verdadeiramente como um pai por aquele que é Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro. Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo Eterno feito homem, olhava para São José e o chamava de Pai. Essa realidade deveria fazer tremer nossas entranhas.

Imaginem a grandeza e a humildade desse mistério! São José, em sua santidade e silêncio, recebeu a missão de proteger e educar o próprio Filho de Deus. Ele foi o varão justo escolhido para ser o exemplo mais perfeito da paternidade humana diante da humanidade do Verbo encarnado.

O Salmo 129, versículo 7, nos ensina: “Copiosa apud eum redemptio” – “junto d’Ele abundante será a redenção”. E São José, sendo cumulado duma fortaleza inexpugnável, cumpriu sua missão com justiça e fidelidade. Protegeu não apenas Jesus, mas também a Santíssima Virgem, sua esposa casta e santíssima. Levou-a ao recenseamento, protegeu-a na fuga para o Egito e guiou o retorno à Terra Santa, cumprindo perfeitamente os desígnios de Deus.

Diante dessa missão extraordinária, São José reconhecia sua indignidade. Contudo, ele se entregou plenamente ao desígnio divino, cumprindo fielmente sua vocação sem jamais hesitar. Sua vontade humana, criada com alma racional, uniu-se ao Verbo Eterno, na mais perfeita sintonia entre a vontade criada e a vontade divina.

Deus preparou São José de maneira única, para que nenhum detalhe fosse negligenciado na vida do Verbo encarnado. Abraão, Isaac e Jacó foram grandes patriarcas, mas diante de São José, desaparecem! Ele é o modelo perfeito dum varão justo e devotado à vontade do Altíssimo.

São José não foi claudicante, não foi inconsequente, não foi negligente, não foi omisso. O tentador pode ter buscado desviá-lo de sua missão, mas jamais encontrou nele qualquer possibilidade de diálogo com suas seduções mentirosas e imundas.

Meus filhos, recorramos ao Patrono Universal da Santa Igreja. São José cuidou da Igreja na sua cabeça, que é Cristo, e cuidou do seu membro mais eminente, a Virgem Santíssima. Ele continua, do Céu, a interceder e proteger a Igreja e cada um de nós.

Que São José nos ensine a justiça, a fidelidade e a fortaleza na vivência da vontade de Deus. Amém.

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