As Etapas da Santidade e a Transfiguração do Senhor

O texto a seguir é a transcrição do sermão proferido pelo Rev. Padre Maurício Inácio Marino de Souza, na Associação Cultural Cor Mariae Dulcissimum, em São Paulo/SP, no II Domingo da Quaresma de 2025.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
Caríssimos irmãos e irmãs, a meditação que Deus nos traz nesta tarde nos atesta duas belíssimas lições que fazem eco a esse tempo tão belíssimo da Quaresma.
A primeira chave na nossa atenção foi quando São Paulo se refere ao povo da Grécia, que, naquela época, vivia um culto ao corpo excessivo. Tanto é verdade que a palavra “ginásio” tem origem no grego “gin”, que significa “nu, sem roupa”.
O culto ao corpo, até hoje, no século XXI, continua sendo uma das pragas que nos cercam. Cabe a nós lutarmos com todas as nossas forças para não sermos contaminados por essa idolatria. Ninguém é de ferro, mas a carne não pode ser alimentada pelo pecado, senão ficamos reféns daquilo que o mundo nos apresenta.
A santidade que Deus quer de nós passa por etapas. Não é uma coisa mágica, como um alimento instantâneo que fica pronto em três minutos. Exige de nós sacrifício, e, como na Transfiguração do Senhor, são três as etapas necessárias para que cheguemos ao privilégio da visão beatífica.
A primeira etapa é a via purgativa. Precisamos purificar-nos dos nossos pecados mortais, através da penitência moral, temporal e espiritual. Temos de trabalhar todas as áreas da nossa vida: espiritual, temporal e moral. Cada um de nós carrega algo que nos prende ao pecado, algo que nos custa abandonar. Mas é exatamente isso que Deus quer que deixemos para trilharmos o caminho da santidade.
A segunda etapa é a via iluminativa. Aqui, nos purificamos das nossas imperfeições e dos hábitos (pecados veniais deliberados) que adquirimos ao longo da vida, que não são pecados mortais, mas nos afastavam de Deus. Pequenos defeitos, inclinações, apegos desordenados que nos prendem ao mundo e que precisamos deixar para que nosso coração esteja completamente voltado para Deus.
Por fim, a terceira etapa é a via unitiva. Aqui, a alma se entrega inteiramente a Deus, tornando-se uma “alma-vítima”, oferecendo tudo por amor a Ele e para a salvação das almas. Embora nem todos cheguemos a esse grau, todos podemos, desde agora, nos orientar por esse caminho.
Na Transfiguração, vemos Moisés e Elias ao lado de Jesus. Isso mostra como Antigo e Novo Testamento se unem para nos guiar na santidade, corrigindo nossas falhas e nos conduzindo à perfeição.
Peçamos ao Senhor nosso Deus que nos auxilie nesta caminhada, para que possamos nos preparar para nossa transfiguração pessoal e para que estejamos menos indignos de adentrar no Reino dos Céus.
Jesus nos espera de braços abertos.
Louvado sejam os nomes de Jesus e Maria.
Em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.