A Fidelidade à Lei Divina e o Perigo do Mundanismo

O texto abaixo é a transcrição de sermão proferido pelo Rev. Pe. Wander de Jesus Maia, no II Domingo da Quaresma de 2025, em São Paulo/SP, na Associação Cultural Cor Mariae Dulcissimum.
Em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado!
Meus filhos, no segundo domingo da Quaresma, surge diante da nossa inteligência o primado da verdade, posto na lei revelada, na lei divina, da qual o Verbo Eterno é Ele mesmo. Ele é a própria Lei Divina revelada, encarnada e consumada no decálogo do altar. No altar, o decálogo está consumado, sendo signatários desse testemunho a profecia, na pessoa de Elias, e a própria recepção da lei do Antigo Testamento, na pessoa de Moisés.
As coisas caminham bem? Estamos estabelecendo algo que perdurará e renderá frutos abundantes de santidade por graça divina? A questão é: estamos cumprindo os mandamentos ou não?
De novo, o sentimentalismo vulgar, as redes, os falsos coaches, a ilusão de quem ainda não tem uma vida ascética condigna de livrar-se da carne e do mundo. Ainda ficam inventando coisas, buscando falsos mestres, apostando em falsas doutrinas, seguindo gurus mentirosos e feiticeiros farsantes, em vez de estudar a doutrina verdadeira. Em vez de pegar o que diz o Catecismo Romano sobre os mandamentos. Em vez de aprender o que ensinou São Pio X sobre os mandamentos. Em vez de entender o que São Tomás comentou sobre os mandamentos. E assim não é possível agradar a Deus, meus filhos. Como nos ensinou São Paulo, por caridade divina e por graça divina: devemos cumprir os mandamentos, ou estaremos fritos.
Diante do reflexo da glória divina, Pedro, Tiago e João entenderam que o fruto mais perfeito é a obediência a Deus, à glória divina, mas não sem antes sangrar para cumprir os mandamentos. Ah, meus filhos, ou se sangra para cumprir os mandamentos, ou não se cumpre. Com amizade com o mundo, com amizade com a carne, com amizade com os bens temporais, não se cumpre. Se vocês ainda se iludem achando que podem servir a dois senhores, tirem o cavalo da chuva. O Filho de Deus, na cruz, é a imagem do homem que deve ser despojado das trevas, porque carregou sobre si o nosso pecado. Ele nos diz:
“Ou sois como Eu aqui, ou padecereis a vossa condenação por não terdes feito o que devíeis fazer.”
A adesão incondicional à vontade de Deus é a única via. Não se pode ter um pé na cruz e outro no mundo. Quem assim vive, não terminará no céu. Nós realmente não entendemos os santos, não os conhecemos. Eles foram fiéis até o fim, até a loucura da cruz, até a exaustão no cumprimento dos mandamentos. E nós? Queremos ser de Deus ou queremos ser mundanos? Não dá para ser os dois.
“Ah, mas nós estamos bem…” Estamos coisa nenhuma! Católico tem que aprender dos santos! Não de coaches, não de vendedores de ilusão, não de farsantes. Devemos aprender com os santos! Perante eles, somos nada, uns vermes. Mas nós achamos que já sabemos tudo. Nós nos achamos os descolados, os eficientes. Mas somos apenas carne que vai apodrecer no túmulo e arder no Inferno, se não nos convertermos.
Não brinquem com a cruz, não brinquem com o altar, não brinquem com a herança dos santos.
Os grandes fundadores das congregações renunciaram a tudo. O que nós temos é uma migalha perto do que eles possuíram e renunciaram por amor a Deus. A santidade não é o que imaginamos, porque, no fundo, estamos em busca da nossa própria vontade, e não da vontade de Deus. Queremos brilho, queremos honra, queremos glória, queremos mundanismo, queremos carne, queremos parcerias ocultas com o demônio.
São Tomás de Aquino tornou-se o maior doutor da história da Igreja porque foi um penitente de fazer tremer o inferno. O Duque de Gandía, um dos maiores da história da Companhia de Jesus. O Duque de Loyola, o Duque de Navarra… homens que abandonaram tudo. Mas nós? Nós somos os “moderninhos”.
Ou aprendemos da Tradição a ser católicos, ou saímos fora! Isso vale para cada um aqui presente. Não quero vossas almas para mim. Vossas almas pertencem ao nosso Divino Salvador. O preço que Ele pagou por elas na cruz, para retirá-las da tirania de Satanás, nenhum de nós pode calcular.
Por isso, não brinquem. Estamos encharcados de mundo, de trevas, de orgulho, de vaidade. Os santos foram fiéis até o fim. E nós? Estamos dispostos a isso?
Sejam fiéis. E tirem o cavalinho da chuva: sem Nossa Senhora, não se chega a Deus. Ela é a única via. No Gólgota, Cristo estabeleceu isso. Quem não tiver parte com ela, não terá parte com Ele. Isso é fato. Quantos protestantes já estão no inferno por não reconhecerem esta verdade! E quantos mais estão a caminho… para a glória de Deus.
Em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado!