A Guerra dos Anjos: O Combate Espiritual e a Proteção Celestial

Juliano de Henrique Mello By Juliano de Henrique Mello 12 de março de 2025

O texto abaixo é a transcrição do sermão proferido pelo Rev. Pe. Wander de Jesus Maia, na Associação Cultural Cor Mariae Dulcissimum, em São Paulo/SP, no I Domingo da Quaresma de 2025.

 


 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!

Os anjos operam na proteção das nossas almas, conforme ensina o Salmo 90. Deus permitirá que o tentador coloque obstáculos em nosso caminho para revelar nossas disposições interiores. Nosso Senhor, em Sua vontade humana perfeitamente unida à divina, nos dá o exemplo do verdadeiro combate espiritual.

Cristo possuía tanto a vontade divina quanto a vontade humana. A vontade humana de Nosso Salvador estava totalmente voltada para a glória do Pai e para a salvação das almas. Ele nos ensinou a lutar. Porém, combatemos mal porque usamos mal os meios que Deus nos deu. Somos maus combatentes porque nossa vontade não está firmemente enraizada no combate espiritual, porque nosso coração ainda se prende às vaidades do mundo.

Lúcifer quis fazer-se Deus, e sua queda foi imediata. O arcanjo São Miguel proclamou a verdade eterna: “Quem como Deus?” E então, os anjos rebeldes foram precipitados, trazendo a guerra para a terra. Deus, por Seu Filho, elevou-nos a uma dignidade tão grande que podemos carregar em nós a vida divina. Mas, se a negligenciarmos, se não vivermos plenamente a graça, nos afastaremos dessa vocação sublime.

Se recorremos aos anjos, que seja com a certeza de que não estamos brincando, de que não estamos barganhando com Deus. O Senhor não concede Seu auxílio a quem age com tibieza. São Leão Magno e São João Crisóstomo já diziam: “Se o diabo não vos tenta, ficai atentos, pois talvez já pertençais a ele.” A tentação nos obriga a escolher entre Deus e o mundo, entre a glória eterna e a perdição.

Ser católico é sinônimo de combater. O católico odeia o mundo, a carne e o demônio. O católico não faz armistícios com o mal. O primeiro sinal de rendição ao inimigo é a preguiça espiritual, a indiferença, a falta de decisão pela conversão. Quem não assume essa batalha já está derrotado.

Nosso Senhor nos ensinou como combater: pela penitência, adoração, obediência e renúncia. Ele nos deu as armas, e devemos usá-las! O demônio tentará de todas as formas, mas os anjos lutarão por nós se perseverarmos na fé.

A primeira batalha do universo foi travada no céu: “E houve uma grande batalha no céu” (Ap 12). Os Padres da Igreja tentaram compreender a magnitude desse mistério, mas sua profundidade escapa ao nosso entendimento. Sabemos, porém, que um terço dos anjos caiu e que a guerra continua em nossas almas.

Que os santos anjos nos recordem nossa vocação de homens do alto e nos conduzam à vitória definitiva. Os anjos são terríveis em sua santidade. Se os víssemos, cairíamos mortos de espanto. Eles não são cúmplices de nossa dissimulação ou mediocridade. São guardiões de nossa jornada até o Céu.

Não sejamos tíbios! Não façamos concessões! Se formos fiéis, os anjos esmagarão os obstáculos entre nós e Deus. Mas, se não combatemos com sinceridade, não podemos contar com seu auxílio.

Peçamos à Rainha dos Anjos que interceda por nós. E que Deus nos conceda a graça da perseverança no combate.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!

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