Odeio o Mundo, a Carne e o Demônio: A Luta do Católico na Quaresma

O texto abaixo é a transcrição dum sermão proferido pelo Rev. Pe. Wander de Jesus Maia, na Associação Cor Mariae Dulcissimum, em São Paulo/SP, na Quarta-Feira de Cinzas de 2025.
Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado!
Chegamos à Quaresma. Tempo salutar, pois a terminologia “salutar” significa devolver a saúde e o vigor sobrenatural.
É tempo de nos livrarmos de tudo o que tem sido uma constante oposição a Deus. Agora é a hora de dizer aos inimigos de Deus: carne, mundo e demônio — vos odeio!
Isso não é romantismo, meus filhos. Isso é saúde sobrenatural! Ai dos amigos do mundo! Ai dos amigos da carne! Ai dos impenitentes!
A liturgia da bênção e imposição das cinzas tem no seu coração uma palavra central: morte. Se o grão de trigo não cai e morre, não dá fruto. Podemos ser o grão de trigo frutuoso nas mãos do Divino Agricultor ou o joio semeado pelo maligno. Um é Deus, o outro é o diabo. Um oferece a graça da contrição, da penitência e da conversão. O outro oferece os prazeres da carne, as ilusões do mundo e a adoração ao efêmero.
Que bem nos fará se aceitarmos o jugo suave e o fardo leve do Nosso Divino Salvador! Ele é o remédio para as nossas muitas e supurantes feridas.
E quais são os remédios principais que Nosso Senhor nos deixou? Jejum, esmola e oração.
No Evangelho de hoje, Cristo nos apresenta o jejum. Pois se a carne não é domada, é impossível trilhar a vida espiritual. Na noite da traição, Nosso Senhor instituiu o sacerdócio, o sacrifício e o sacramento, e Ele disse: “Vigiai e orai!” Para quê? Para que não caiamos no mesmo destino de Judas, que outrora tinha algumas boas disposições e até virtudes reconhecíveis, mas terminou entregue aos vícios e atirado na sarjeta. Passou de possível santo a réprobo.
O católico não pode se dar ao luxo de evitar o combate. O católico precisa combater a carne, o mundo e o demônio. Se alguém não tem enfrentamento, é porque já foi vencido. Não é católico!
Os inimigos da Igreja não estão preocupados em destruir o reino de Satanás. Eles querem destruir o Reino de Deus. A nova religião, a religião mundana, quer levar as almas à tibieza, ao conformismo e à morte espiritual.
Portanto, que sejamos firmes! Não como covardes, mas como homens de fibra.
Os sacerdotes choram por este povo miserável. Mas vós, cobri-vos de cinzas, vesti-vos de trapos e reconhecei vossa indigência diante de Deus. Sem Ele, estamos perdidos! Perdidos! Perdidos!
Peçamos à Nossa Rainha Santíssima a virtude da contrição, da penitência e da conversão, mas sobretudo, da fortaleza! Pois muitos começam com entusiasmo sentimentalista, mas não perseveram. Os santos nunca agiram assim. Eles disseram: “Isso vai até o fim, porque Deus quer!”
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!