A Verdade da Doutrina e a Cruz da Tradição

O texto abaixo é a transcrição de um sermão proferido pelo Rev. Pe. Wander de Jesus Maia, da Associação Cultural Cor Mariae Dulcissimum, em 24/02/2025, Segunda-Feira da Sexagésima.

 


 

Caros fiéis, meus filhos,

A tenacidade e a constância no ensino da doutrina católica, no estudo da doutrina católica, ao serem ensinados pelos sacerdotes, exigem uma docilidade abonada, porque se ouvirá a verdade imutável que, oportuna e inoportunamente, edifica, corrige, admoesta, ensina, aplaude. E, por outra parte, para além desta docilidade ao ouvir as verdades que sobressaltam e muitas vezes desagradam a nossa carne ferida e manchada pelo pecado, temos também a necessidade de uma certa fortaleza para perseverar. A justiça que traz o cumprimento da doutrina revelada por Deus se manifesta quando, docilmente, a atamos e a praticamos.

Eu fico pensando o que foi desses fiéis, desses homens e mulheres que ouviram os sermões de um São Vicente Ferrer, de um São Francisco Xavier, sermões de uma benedicidade doutrinária preparada, não complicados, mas sólidos. Portanto, certamente extremamente simples, mas que iam diretamente à verdade da conversão, do ódio ao pecado, da mudança de vida, da aceitação da vontade de Deus e de dar-Lhe graças por todos os bens, como dizia Jó, inclusive daqueles males que não vêm de Deus, mas que Ele permite.

Eu fico pensando incessantemente na pregação desses santos sacerdotes e no bem que faziam às almas. Mas ainda assim, não sejamos loucos de pensar que não houvesse recalcitrância, que não houvessem corações duros, empedrados, mesmo em sociedades bem melhores do que a nossa. E a nossa sociedade é leprosa, comida de vícios, auto-idólatra. É um flagelo.

Se se anuncia a verdade sem autêntica docilidade, você acaba por recair no aprovamento. Você acaba por recair na heresia, na apostasia final. É assim que é. Ninguém tem dúvida disso, porque não se recebe com determinação a decisão de fazer cumprir o que Deus ordena.

Será que nós não vemos isso? Todos os caminhos aí não levam mais a Roma. Todos os caminhos levam ao inferno. Levam à perdição e à danação eterna. Então prestemos atenção, meus filhos. Quando pararmos de estudar a doutrina católica e de colocá-la em prática, há algo errado.

A Sacra Página, quem pode alterar um versículo do que Deus revelou sem concorrer duramente na sua condenação? E mais uma coisa, meus filhos: tenham a discrição e a delicadeza de se conservarem silenciosos e de se furtarem a qualquer tipo de tráfego nas redes sociais ou em ambientes que não cabem a fiéis da Tradição. Sejam muito atentos, porque agora vai começar um pulular de mesmices e obviedades da parte de uns, de insanidades e loucuras da parte de outros. “De oito a oitenta”, vai-se ver todo tipo de absurdo do mundo.

Mas nós nunca vimos isso. Cabe-nos rezar, repito, pela conversão do Papa, rezar pelo futuro da Igreja. Se Deus permitir que, segundo sua mão benevolente, o processo revolucionário se cumpra até o fim, para que todas as profecias se realizem, que assim seja. Se Deus decidir interromper tudo aqui e agora e restabelecer a ordem, é Sua Santíssima Vontade, Soberania e Onisciência. E Ele o faz. E dá um susto no demônio do tamanho do mundo.

Parece-nos que o avanço continua, e que ainda falta uma parte. Quero dizer, ainda vem um grande veneno por aí. Então vamos rezar, vamos fazer penitência, recolher-mo-nos, evitarmos as bagunças, não replicarmos informações erradas.

Aguardemos a hora em que o comunicado oficial da Santa Sé chegue para que, enfim, a Basílica de São Pedro comunique: “Francisco está morto. Está morto.” Então, vai começar um tempo de jejum, oração e vigilância.

Muita gente enxergou a Tradição em Dom Lourenço [Fleichman], e partiu para a covardia de não querer abraçar a cruz. Conosco não deve ser assim, meus filhos. Dom Lourenço dizia que, quando os fiéis se aproximavam da capela da [Editora] Permanência e, na covardia, não queriam abraçar a cruz, afastavam-se.

Nosso caminho não deve ser assim. Por que vos digo isso e aqui? Porque a cruz deve aumentar. Pelo rumo que as coisas tomaram, a perseguição a nós vai crescer muito. E que seja conforme a vontade de Deus. Vejam o que passou com São Paulo: sofreu pela glória de Deus. Nós vamos nos queixar de que somos muito ditosos diante de Deus, por quanto tenhamos recebido. Nossa Senhora guarde a Igreja nesta hora terrível, nesta hora terrível, terrível.

Nós somos católicos, apostólicos. Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat!

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Glória seja dada ao nosso Senhor Jesus Cristo!

Glória seja dada!

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